AMARO
Fagner Roberto Sitta da Silva
Tanto veneno em taça de elementos,
sorvido, pouco a pouco, pela vida,
encontrado nas ruas sem saída
onde o tempo é levado pelos ventos.
Vinho amargo dos últimos momentos,
e que é dos tristes, ácida bebida,
feito do pó, da sensação dorida,
remédio para todos sofrimentos.
Tanto fel que é sorvido em taça de ouro
como se rosse néctar do alto céu,
o vinho do ideal mais duradouro.
Tudo vão! Mas quisera que o sabor
sorvido fosse só do fino mel,
da dádiva trazida pelo Amor...
Garça (SP), 26 de outubro de 2011.