TUMBAS FRIAS

Até pardais me tripudiam, feros!

E a chuva açoita em pingos agressivos

os medos meus cansados, compulsivos

e o mundo crava em mim os tons severos.

Ó, mundo torpe, os fluidos teus, austeros,

pesam, na essência minha, chumbos vivos

de pernas, presas, braços repulsivos

que me estraçalham, torturando, neros.

Ai, me é estranha a sanha em vida tosca!

Tanta aspereza arranha est'alma fosca....

E eu mato os ledos planos meus, vencidos...

Nas forjas que derretem as confianças...

E em tumbas frias das desesperanças,

eu os sepulto junto aos sonhos tidos.