"DÚVIDA CRUEL"
E aquele corpo com sua alma cansada
Num consenso unitário de uma mente vazia,
Que em desejos mórbidos tal uma agonia,
Agiliza a morte como fim da jornada.
Travou-se uma luta sem ‘rounds’ nem limites,
Em agressões silenciosas de batalhas simultâneas.
O corpo ainda de pé, em defesas momentâneas,
Pede à alma convencida a que não se precipite.
Convencimento à parte, ensaia-se a partida
Que leva o corpo à coma sem forças, e se segue o corte.
Mistérios de uma razão de que tudo muda em vida.
E assim se estabelece sem critérios a morte
Que agasalha o corpo na terra em despedida,
E liberta a alma ao céu, ou à própria sorte...
(ARO. 1997)