"SEM PERSPECTIVAS"
Mergulho no passado, pelas lágrimas da história.
Regrido em segundos no tempo, data da iniciação.
Percebo a verdade, mas não concebo: é ilusória
A caminhada que vem pela falta de convicção.
Onde se deveria haver a decência e o pudor,
Até mesmo a palavra empenhada se tornou vazia;
Onde se deveria prevalecer a seriedade e o valor,
Nada foi preservado, parece um deserto de anistia.
Diante dos fatos, procuro espalhar a neblina
Que me esconde o futuro, e nele busco alguma razão
Para continuar a luta com honra e dedicação.
Outra decepção à frente, na vida se ilumina,
Pois a ausência é geral, e menos emotiva,
Porque Deus a abandonará, tornando-a ‘sem perspectiva’.
(ARO. 1996)