MAIS ALÉM
Inda vivo a olhar o negro céu e cinéreo,
Nas densas brumas, num vulto frio,
Que da janela me saiu um ar sombrio:
O desejo de saber todo o mistério.
Não tem sentido, não tem muita glória,
Se a vida é só isto, (se não for mais além),
Porque tudo que aqui, se me convém,
Convinha que a morte não tivesse vitória.
Mas vi que o pobre, assim como o rico,
Não escapam deste fado, mesmo final,
Que a terra os reserva igualmente.
Por entre lages frias, eu suplico,
Que dos limites sepulcrais (seja o sinal):
O fim seja o começo e não o fim somente!
(YEHORAM)