DESLEIXO

Minhas cortinas amarrotadas e encardidas

Deixam minha alma sóbria bastante enferrujada,

Faz-me lembrar tempos e promessas esquecidas,

Um viver na penumbra junto a lâmpada apagada.

É preciso trocar essas cortinas envelhecidas,

Procurar alegrar minha alma, deixá-la perfumada.

Quero esquecer tempos e promessas amortecidas,

Iluminar todos os cantos começando da grande escada;

Dos velhos pisos esfolados e desleixados.

Ajeitar o jardim onde borboleta não mais existe,

Acender todas as lâmpadas e nos telhados,

Erguer uma bandeira com nuvens avermelhadas,

Sacudir todo o pó dessa alma agonizante e triste

Na espera de ouvir a vida dando suas gargalhadas.

DIONÉA FRAGOSO

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 23/10/2011
Reeditado em 23/10/2011
Código do texto: T3294047