DESLEIXO
Minhas cortinas amarrotadas e encardidas
Deixam minha alma sóbria bastante enferrujada,
Faz-me lembrar tempos e promessas esquecidas,
Um viver na penumbra junto a lâmpada apagada.
É preciso trocar essas cortinas envelhecidas,
Procurar alegrar minha alma, deixá-la perfumada.
Quero esquecer tempos e promessas amortecidas,
Iluminar todos os cantos começando da grande escada;
Dos velhos pisos esfolados e desleixados.
Ajeitar o jardim onde borboleta não mais existe,
Acender todas as lâmpadas e nos telhados,
Erguer uma bandeira com nuvens avermelhadas,
Sacudir todo o pó dessa alma agonizante e triste
Na espera de ouvir a vida dando suas gargalhadas.
DIONÉA FRAGOSO