DE DIA

Eu retornava pela mesma estrada

Em que fui, sem nem olhar para os lados,

Cabisbaixo, c'os membros tão cansados,

Envergonhado, com a alma cansada...

Os que passavam não falavam nada,

As árvores, os pássaros... Calados...

Mas uma pedra, livre de pecados

Ousou perguntar, tão desavisada:

"Poeta triste... Tu não passaste aqui?...

Sim, foi com uma estrela que te vi,

Por que voltas tão quieto, tão sozinho?!..."

E eu, mudo, apontei para o firmamento,

— Ela pôde entender meu desalento

E continuei seguindo meu caminho...

Maurilo Rezende
Enviado por Maurilo Rezende em 22/10/2011
Reeditado em 24/10/2011
Código do texto: T3292614
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