DE DIA
Eu retornava pela mesma estrada
Em que fui, sem nem olhar para os lados,
Cabisbaixo, c'os membros tão cansados,
Envergonhado, com a alma cansada...
Os que passavam não falavam nada,
As árvores, os pássaros... Calados...
Mas uma pedra, livre de pecados
Ousou perguntar, tão desavisada:
"Poeta triste... Tu não passaste aqui?...
Sim, foi com uma estrela que te vi,
Por que voltas tão quieto, tão sozinho?!..."
E eu, mudo, apontei para o firmamento,
— Ela pôde entender meu desalento
E continuei seguindo meu caminho...