MORTE
Fechados meus olhos se encontram,
Tardias luzes que não clareiam dias,
Em tais gemidos que te lastimaram,
Vai-se os sonhos em breu d’agonias
Cristais de pranto em pingos compostos,
N’ausência que traz a triste amargura,
Banhando lábios em sais de desgosto,
Refúgio fúnebre de dor e clausura.
Reverso versos de timbres cansados
Em tatos, olfatos e gritos consumados.
Unind’ alma e corpo, tão desiludidos,
Foges-me tal dor em ares dissipados
D’olhos que se fecham abandonados,
Quais mórbidos sons enlanguescidos.
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Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 22 de outubro de 2011.
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MORTE:
Renascer de outra vida em eras desconhecidas!
O final se parece princípio e o princípio participa dos rituais de finado. Ser que se despe do materialismo e se reencontra com a nudez de tuas origens e sentimentos.
O vale da morte é o quintal da vida e aonde a semente é sanada e absorvida, entre os sumos do supro sepulcro que se eleva em atos de martírios, na tentativa de merecer o perdão e a redenção.
Purificação de espírito e reencontro com o Criador.
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Caros leitores, este é o último dos sonetos que contemplam as três fases da existência humana: Concepção, Vida e Morte.
Peço-lhes, se possível, lerem, sequencialmente, os três sonetos para que entendam melhor a minha colocação perante estes ciclos.
No mais, os meus sinceros agradecimentos a todos, poetisas e poetas, deste belo recanto.
Abraços.
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