COVARDIA

As víboras – temia – e aracnídeos,
Fantasmas e cadáveres também,
Temia ao pensar no mundo-além,
Vendo a necrofagia de anelídeos...

E o urente lepidóptero ou quelídeos
Peçonhentos. Quirópteros eu nem
Chegava perto. Quando cresci, porém
E vi tantas loucuras e homicídios...

Já não temia tantos animais,
Soube depois que os mortos dorm’em paz,
Temores irreais não me consomem.

As únicas peçonhas que eu temo:
Perfídia, Ingratidão – isso é veneno
Que junto ao egoísmo ronda o Homem...


19-20/10/2011
Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 21/10/2011
Código do texto: T3290849
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