"SER ALIENADO"

Desaba o céu, faz-se a escuridão... nada lhe intriga.

A sua volta nada acontece, porque nada lhe é diferente,

Não se percebe diferenças, mais parece um indigente,

E se algo lhe importuna, empurra tudo com a barriga.

Nada o aborrece, tudo lhe é normalidade.

Surge o sol, esconde a lua, nem viu o tempo passar.

Não cogita o infortúnio, nem mesmo se as águas vão rolar.

A quem interessar possa, a ele não deixe saudade.

Ele é sua própria razão de ser: pura autonomia.

Não provoca nos outros ciúmes, tão pouco alguma simpatia.

Ele faz de sua vidinha seu mundo; seu virtual reinado.

É um ser vivo não muito pensante, mais não se trata de uma embolia.

E na altivez abstrata dos seus momentos, não se sente nunca rogado.

Apenas ele vive distante, como qualquer “Ser Alienado”...

(ARO. 2009)

Profaro
Enviado por Profaro em 21/10/2011
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