LIBERDADE QUE APRISIONA
Nesta alma que o silêncio e a sombra
São companhias que cercam a clausura
Numa fria alcova que escoa amargura
Desta sensação que me escombra.
São os móveis que me falam calados
Que inda vivo estou e a noite escura
Abraça o céu em manta obscura
Em meio a devaneios inanimados.
Nesta cela claustra que solto estou,
Como pensar é livre, livre pensou,
E esta liberdade é uma prisão!
Se quero ir, não tenho para onde,
Se vai de mim a sorte e se esconde
Fico, pois, prisioneiro da minha solidão.
(YEHORAM)