OLHARES DOS MEUS MUNDOS
Olhava para ti, não via apenas o teu rosto,
Posto conhecer-te enxergava a tua alma,
Em beijo teu não sentia apenas o gosto,
Coração a ti sentir, revelava plena calma.
Do amanhecer minha atenção além do sol,
Nesta visão periférica que sentida me deste,
Em lugar nenhum, nem dentro mim estava só,
Ti perdi. Esse novo sentido já não me reveste.
Cego, fiquei vendo apenas das noites o escuro,
Daquelas manhãs apenas o sol eu deslumbro,
E o restar de uma silente e vã natureza morta.
Levaste contigo o brilho do, agora, olhos fundos,
Perdi a vista do meu interior, dos meus mundos,
Preso também o cego coração no peito à porta.