DE MENTIRAS A VERDADES
Maltratando a mim mesmo e não a criatura,
Eu disse adeus, como se fora uma verdade,
Rasguei bilhetes, fiz loucuras, como maldade,
Pensando que estes gestos me trariam a cura.
Recebi em resposta escritos venenos à altura,
Talvez mais cruéis do que os que eu tive vontade,
Mas que também não aparentavam realidade,
Como se os escritos dela fossem minhas rasuras.
Para a verdade saber tive que cometer a loucura,
Enviei outro escrito, poético, falando de doçura,
A resposta veio branda, ainda com ar de saudade.
Desespero tomou conta do meu peito, mistura,
De medo e coragem, mas mantive a postura,
Revelando que queria seu amor até a eternidade.