"NÃO ABRO MÃO"
O que se conquista ao longo do tempo
Eu preciso e acho, e até acredito
Há de ficar exclusivo, não se vai repartir.
E se isto é egoísmo, não vou discutir.
O que me faz pertencer, já disse: não discuto;
Se o fiz por merecer, e não foi por ter sido astuto,
Não deve, e não será, por outro postulado,
Pois nem mesmo as migalhas, deixo-as de lado.
E assim eu me faço e me torno ciente;
Eu construo o meu mundo, levo vida de gente
Que ama e apaixona, que despreza e odeia.
Por isso eu não concebo ser isto coisa feia,
Que me afaste do céu, ou de outra vida me distancie,
Pois eu acho plausível que a tudo se concilie.
(ARO. 1992)