"NÃO ABRO MÃO"

O que se conquista ao longo do tempo

Eu preciso e acho, e até acredito

Há de ficar exclusivo, não se vai repartir.

E se isto é egoísmo, não vou discutir.

O que me faz pertencer, já disse: não discuto;

Se o fiz por merecer, e não foi por ter sido astuto,

Não deve, e não será, por outro postulado,

Pois nem mesmo as migalhas, deixo-as de lado.

E assim eu me faço e me torno ciente;

Eu construo o meu mundo, levo vida de gente

Que ama e apaixona, que despreza e odeia.

Por isso eu não concebo ser isto coisa feia,

Que me afaste do céu, ou de outra vida me distancie,

Pois eu acho plausível que a tudo se concilie.

(ARO. 1992)

Profaro
Enviado por Profaro em 20/10/2011
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