"CRIANÇA... POR QUE ESSE DESPREZO?"

Esse povo me cobra, e isso me faz entristecido

Porque eu não sei o que devo ao mundo.

Cada olhar que percebo me deixa despido,

Parece até que sou o próprio mal, um vagabundo.

Essa gente não me esquece, nem me acolhe,

Cada passo que dou, tem alguém me olhando.

Se começo a sofrer, outro não há que me console,

Parece até que sou a razão do que está lhe incomodando.

Essa multidão me aterroriza e me irrita,

Já que suas caras feias só demonstram seus desprezos

Pelo que não fiz, e nem ao menos sei se farei.

Essas almas não me enganam, não são benditas,

Nem ao menos o purgatório lhes será coeso

Se me condenam ao abandono pelo que não errei.

(ARO. 1996)

Profaro
Enviado por Profaro em 19/10/2011
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