SONETO A MELÂNIA

Deixei se abrir a janela da liberdade;

Meu coração voou ao encontro dum peito

Feito um beija-flor voando em velocidade

Rumo a uma pétala - mal se abria direito.

Embriagou-se do néctar – quanta doçura!

Não via outra flor - de tão linda que era,

Seu encanto se dera ao amor e ternura,

Que de feliz se prendeu em sua quimera.

Quando um coração não tem para onde ir

E bate a mesma batida só por bater,

Derrama um doer de um mesmo repetir.

Como um pássaro em sua gaiola, triste,

Não é canto o que ele canta, é pura agonia,

Por não ver o seu mundo que lá fora existe.

Vilmar Daufenbach

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 19/10/2011
Reeditado em 20/10/2011
Código do texto: T3286461