SONETO A MELÂNIA
Deixei se abrir a janela da liberdade;
Meu coração voou ao encontro dum peito
Feito um beija-flor voando em velocidade
Rumo a uma pétala - mal se abria direito.
Embriagou-se do néctar – quanta doçura!
Não via outra flor - de tão linda que era,
Seu encanto se dera ao amor e ternura,
Que de feliz se prendeu em sua quimera.
Quando um coração não tem para onde ir
E bate a mesma batida só por bater,
Derrama um doer de um mesmo repetir.
Como um pássaro em sua gaiola, triste,
Não é canto o que ele canta, é pura agonia,
Por não ver o seu mundo que lá fora existe.
Vilmar Daufenbach