QUESTÃO DE HONRA

QUESTÃO DE HONRA

linda mulher, hoje tu és casada... e eu respeito,

só não consigo furtar-me aos doces encantos,

mas sou leal, nem que a dor me conduza a prantos,

que, lamentoso, chorarei dentro do peito.

da cotovia chega a mim seu lindo canto;

se a melodia me embriaga - porre feito,

vou protestar em miúda voz meu direito,

inerme, entre abjetos seres, no meu canto.

e se a rua não me der mais seu leito amigo

num mar profundo vou deitar a minha dor

secando n’água novos prantos que bendigo.

a estrela d’alva me será guardiã maior;

do manto azul o terno olhar, meu doce abrigo.

pra quem foi infeliz na vida, o réquiem do amor.

Afonso Martini - 071011

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 19/10/2011
Código do texto: T3285328
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