Eu sou o que ninguém vê!
Eu sou os brinquedos com que brinquei;
As gírias que usava, os segredos que guardei;
Sou minha praia preferida, Camburi, Guarapari;
O renascido depois do acidente de que escapei!
Sou aquele amor atordoado que vivi;
A conversa séria que tive um dia com meu pai;
Sou o que me lembro de mim mesmo e esqueci;
A saudade que tenho quando estou longe de casa!
Eu sou o sonho desfeito quase no altar;
A dor de não ter dado certo;
De não ter falado na hora, e lutado!
Sou, hoje, a emoção de um trecho de livro;
A rua de lágrimas por mim derramadas;
O que choro; um abraço inesperado!