**** A ESCRAVA ****
A ESCRAVA (homenagem a São Luís do Maranhão)
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Tomada pelos braços, pois, chorava,
As dores das correntes, da chibata,
Em roupas aos frangalhos, a mulata,
Olhava para o céu e então gritava...
“Ó África longínqua, mãe saudosa,
Tomara inda ver-te, sim, um dia,
Ai, ai, meu Deus, que bom qu’isto queria;
Poder pisar teu chão n’esplendorosa...
... Aurora... Nas campinas pelas tardes;
Nos ares da tua seiva carinhosa
Deitada pela relva... Liberdades!!!”...
E, presa na cafua tão tristonha
Aquela mesma escrava tão chorosa
Um dia não ter dor é o qu’ela sonha!
Aarão Filho.
São Luís-Ma, 19 de Outubro de 2011,