Soneto da Inconfidência

Não me firas com as esporas da animosidade

Nem me digas que sou eu quem me rejeito

É acutilante o embuste onde me deito

Feito de lâminas afiadas da tua leviandade

Há um desfibrilhador de maus momentos

Um choque rude que me traz à realidade

Toda uma dor que me invade os pensamentos

Prefiro a ignorância a enfrentar a verdade

Sou de mim um simples arrasto paulatino

Senhora e dona da minha pusilanimidade

Já me rendi àquilo a que chamam de destino

Nada me ajuda, tão pouco o passar da idade

Decretei à minha pobre alma a alforria

Nasço de novo para a vida e para poesia

Fana
Enviado por Fana em 18/10/2011
Código do texto: T3284471
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