Soneto da Inconfidência
Não me firas com as esporas da animosidade
Nem me digas que sou eu quem me rejeito
É acutilante o embuste onde me deito
Feito de lâminas afiadas da tua leviandade
Há um desfibrilhador de maus momentos
Um choque rude que me traz à realidade
Toda uma dor que me invade os pensamentos
Prefiro a ignorância a enfrentar a verdade
Sou de mim um simples arrasto paulatino
Senhora e dona da minha pusilanimidade
Já me rendi àquilo a que chamam de destino
Nada me ajuda, tão pouco o passar da idade
Decretei à minha pobre alma a alforria
Nasço de novo para a vida e para poesia