"NO APAGAR DAS LUZES"
Eu sinto que, quando me for, falta farei,
E até este soneto se verterá lacrimejante
Saudoso pelas linhas que nele eu fixei,
Embevecido por tê-lo sido o momento marcante.
Eu até já me sinto o momento das conversações
Pelos cantos, até mesmo entre as pessoas mais distantes,
Cada um com sua lembrança de minhas ações,
Cada qual se mostrando ter sido o mais penetrante.
Eu me vejo até pesquisado por não conseguido
O que alguns achavam justo, talvez merecido,
Mas que não chegou a acontecer, nem mesmo proposto.
Eu até já me orgulho, e daí este sorriso no rosto,
Porém, uma dúvida me envolve e até me atormenta:
Como estará esta alma que a morte não aguenta?
(ARO... 1996)