"NÃO HÁ NADA"
Eu não posso negar que tua estima me confundiu
E a cabeça enfiou os pés na sólida amizade,
Traindo-a, tornando como sua real verdade
Um sentimento que sequer jamais surgiu.
Uma ação ilusória de um momento mesquinho,
Mas que não posso negar se hoje ainda estou confuso.
Sinto-me estar sendo do seu meio um intruso
Enquanto busco e arrisco de você um carinho.
Só te falam meus olhos, pois as palavras secaram,
Talvez na razão direta que o segredo induz,
E, por que não, por saber que o fato a nada conduz.
Não, eu não posso gritar aos ventos que as coisas mudaram,
Que meu espaço não acaba onde o teu se inicia
Se de ti não há correspondência, só pura simpatia.
(ARO – "a pedido")