"NÃO HÁ NADA"

Eu não posso negar que tua estima me confundiu

E a cabeça enfiou os pés na sólida amizade,

Traindo-a, tornando como sua real verdade

Um sentimento que sequer jamais surgiu.

Uma ação ilusória de um momento mesquinho,

Mas que não posso negar se hoje ainda estou confuso.

Sinto-me estar sendo do seu meio um intruso

Enquanto busco e arrisco de você um carinho.

Só te falam meus olhos, pois as palavras secaram,

Talvez na razão direta que o segredo induz,

E, por que não, por saber que o fato a nada conduz.

Não, eu não posso gritar aos ventos que as coisas mudaram,

Que meu espaço não acaba onde o teu se inicia

Se de ti não há correspondência, só pura simpatia.

(ARO – "a pedido")

Profaro
Enviado por Profaro em 18/10/2011
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