TEU CORPO

TEU CORPO

Amiudado, franzino, um palito,

foi assim mesmo teu corpo em tenra idade.

Lastimar, condoer-se, ter saudade,

se hoje no teu corpo o belo está escrito?

Teus olhos de mel, talvez quase jade,

permite ao poeta seu veredito:

tão meigo sorriso, nada esquisito,

em teus lábios. Olvidar-te? Quem há de!

E se hoje és mulher de extrema beleza;

se tens no belo corpo esse argumento

foi do destino o apoio à natureza.

E a mim, que te adoro, resta o lamento;

o motivo da mais acre tristeza,

causa principal do meu sofrimento.

Afonso Martini - 161011

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 18/10/2011
Reeditado em 18/10/2011
Código do texto: T3283319
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