TEU CORPO
TEU CORPO
Amiudado, franzino, um palito,
foi assim mesmo teu corpo em tenra idade.
Lastimar, condoer-se, ter saudade,
se hoje no teu corpo o belo está escrito?
Teus olhos de mel, talvez quase jade,
permite ao poeta seu veredito:
tão meigo sorriso, nada esquisito,
em teus lábios. Olvidar-te? Quem há de!
E se hoje és mulher de extrema beleza;
se tens no belo corpo esse argumento
foi do destino o apoio à natureza.
E a mim, que te adoro, resta o lamento;
o motivo da mais acre tristeza,
causa principal do meu sofrimento.
Afonso Martini - 161011