É PRIMAVERA
É primavera – tempo de novos amores,
Tempo de flores, de sedução e alegrias,
Chega de prantos – de lamentos e de dores,
Enchemos de cores nossas coisas vazias.
O frio foi embora - os nossos corpos se aquecem,
Os colos padecem de olhares indiscretos,
Transbordam afetos nos quais deles carecem
E se oferecem - densos de amores secretos.
Tornam-se carinhosos os toscos e os brutos,
Deixam seus redutos pela casa mais cedo,
Seus corpos em brasa se fazem absolutos.
As amadas se achegam com garras de feras,
Dão-se às quimeras, inebriadas - sem medo,
E contam os segredos quando vêm primaveras.
Vilmar Daufenbach