Soneto n.230
TEMPO
Sobre o meu tédio e cansaços,
no incerto tempo que me resta,
tento manter um clima de festa
por entre as notas e compassos.
Mas sempre erram os meus passos,
na cidade, praia ou numa floresta
e tudo aquilo que mais me molesta
é essa sensação em chumbo e aços.
Escasso, devasso, ele a tudo devora:
o hoje, o agora, o sempre e o outrora,
dono de mim - mas senhor inclemente.
Ah! Minha nostalgia é um mar ardente,
sem rumo... sem farol... sem timoneiro -
tal como um cruzeiro fatal e derradeiro.
Silvia Regina Costa Lima
15 de outubro de 2011