AO SONETO

E, como singular polichinelo,

Ondula, ondeia, curioso e belo,

O soneto, nas formas caprichosas.

As rimas dão-lhe a púrpura vetusta

E, na mais rara procissão augusta,

Surge o sonho das almas dolorosas...

[Cruz e Sousa]

Componho meu soneto em terna lira,

Tecendo seus encantos pra você.

Quatorze versos, leve casimira

Escritos em moldura de buquê.

Amor é o substrato que me inspira

Estrofes como tramas de crochê

Talhadas sob o sulco da safira,

Buscando a perfeição que não se crê.

As rimas arranjadas pelas linhas,

Sonoro jogo em notas musicais,

Estâncias cultivadas nas tardinhas,

Ouvindo o louco canto dos pardais

Bem quando na janela tão sozinha

Meu peito vou cosendo em tantos ais!

Alessa B
Enviado por Alessa B em 16/10/2011
Reeditado em 13/03/2020
Código do texto: T3280905
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