A PRESENÇA DA FLOR
Olho para o chão tendo a impressão que até a minha alma chora,
Em lembrar de que não posso virar de lado e escutar a voz tua,
Se bem, que por vezes, imagino dizeres teus vindos de flor que brota,
Loucura de um só que caminha nessas desertas e ensolaradas ruas.
Noutras sinto receber das brisas o teu carinho, suave, meigo, doce,
Vagando em minha face, lentamente, como dedos, de leves pontas,
Nos lábios tocando-me, maravilhosamente como se tua mão fosse,
E depois fugindo por belos jardins, correndo entre as plantas.
Não raras das vezes me encontro nessa gostosa demência,
Que aumenta por ti ainda mais o meu desejo e a querência,
Nutrindo as fantasias, que muitos dizem loucas e mentiras.
Mas por mim, e por ti, que sejam não importa nada ouvir,
Não mudam o que espero de ti, sempre desejos e sentir,
Como da flor, sem tê-la, não impedindo da fragrância senti-la.