A PRESENÇA DA FLOR

Olho para o chão tendo a impressão que até a minha alma chora,

Em lembrar de que não posso virar de lado e escutar a voz tua,

Se bem, que por vezes, imagino dizeres teus vindos de flor que brota,

Loucura de um só que caminha nessas desertas e ensolaradas ruas.

Noutras sinto receber das brisas o teu carinho, suave, meigo, doce,

Vagando em minha face, lentamente, como dedos, de leves pontas,

Nos lábios tocando-me, maravilhosamente como se tua mão fosse,

E depois fugindo por belos jardins, correndo entre as plantas.

Não raras das vezes me encontro nessa gostosa demência,

Que aumenta por ti ainda mais o meu desejo e a querência,

Nutrindo as fantasias, que muitos dizem loucas e mentiras.

Mas por mim, e por ti, que sejam não importa nada ouvir,

Não mudam o que espero de ti, sempre desejos e sentir,

Como da flor, sem tê-la, não impedindo da fragrância senti-la.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 16/10/2011
Reeditado em 16/10/2011
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