À Luz

Ante a luz da Natureza,

vivo mais uma vez.

Em silêncio, tua infame sutileza.

Em surpresa, tua ausente sensatez.

Não bastassem as agruras,

de maltratos sem cessar...

Sinto a força com que seguras,

minha gola a amassar.

Tomas minha vida com arrogante avidez.

Hospedeiro e parasita em históricas pelejas.

Quem primeiro perecerá?

Por quem me tomas? Por rês?

Hoje, é uma hora que almejas.

E amanhã, o que será?

Alerta à intromissão do Estado na vida do indivíduo.