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IMPRESSÕES

(24. 04. 1993)

Fingi demais para viver fingindo,

O tempo todo segurando o canto...

Não faz sentido desprezar-me tanto,

Nunca chegar, continuar partindo...

Cansa-me o peito esse não ir já vindo,

Essa vontade de secar o pranto,

Esse desejo de viver “um tanto”,

Um só pouquinho sem estar fugindo!

Sinto-me mais pleno à fatal loucura...

Abro janelas, desfaço o passado,

Iço velas da própria procura

Pra achar o gozo do momento exato,

Nenhum pudor, nem ser “civilizado”:

Ser chuva grossa que alarga o regato...!

Ronaldo Trigueiros Lima