FALSA MIRA, FALSA MORADA
Tinteiro ainda manchado em tantas tentativas,
De uma mão trêmula em descrever o ocorrido,
Lembrando-se das últimas palavras por ela ditas,
Se não fossem fortes a nada teriam elas escrito.
Naquele momento juntaram-se como quem reza,
Pedindo por tudo um perdão negado e esquecido,
Antes haviam se estendido, segurando as pressas,
As mãos dela que estavam ao frio e lhe aquecido.
Não que esperasse retorno por tal ato e comiseração,
Mas sempre me deu a ideia que me havia ela perdoado,
Entregando-se por inteiro adentrando em meu coração.
Se não era essa a morada ou mesmo a sua intenção,
Por que me deu a falsa mira? Deixando-me atordoado,
Poderia, com todo o cuidado, simplesmente ter dito não.