FALSA MIRA, FALSA MORADA

Tinteiro ainda manchado em tantas tentativas,

De uma mão trêmula em descrever o ocorrido,

Lembrando-se das últimas palavras por ela ditas,

Se não fossem fortes a nada teriam elas escrito.

Naquele momento juntaram-se como quem reza,

Pedindo por tudo um perdão negado e esquecido,

Antes haviam se estendido, segurando as pressas,

As mãos dela que estavam ao frio e lhe aquecido.

Não que esperasse retorno por tal ato e comiseração,

Mas sempre me deu a ideia que me havia ela perdoado,

Entregando-se por inteiro adentrando em meu coração.

Se não era essa a morada ou mesmo a sua intenção,

Por que me deu a falsa mira? Deixando-me atordoado,

Poderia, com todo o cuidado, simplesmente ter dito não.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 15/10/2011
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