DEMÊNCIA
Pela janela findo a sexta em meu recanto.
Transponho o meu olhar sobre a calçada larga,
Os que passam espelham uma face amarga
De angústia tanta, sem um riso, sem um canto.
Parece tropa em sobressaltos aos currais,
Vozes mugidas silabando aos celulares,
Sem cumprimentos, nem um tempo para olhares,
Vão a destinos por alhures abismais.
De sentimentos parecem tão desprovidos,
Qual fúria louca que retumba nos seus tacos
E por cruezas dispersadas nas libidos.
Não veem ao lado as meiguices e ternuras
Que os andares fêmeos oferecem aos nacos,
Mas seus olhares se perderam nas lonjuras.