A SOLIDÃO E A SONOLÊNCIA
Com os olhos pesados do acre sono
Que me bateu ainda cedo na noite cálida
Me sinto nesta mórbida alcova pálida
De inertes objetos e de abandono.
E paira o pensamento inconformado
Do fado que se me impôs (não sei)
Se foi destino ou mesmo se errei,
Se tracei-o eu mesmo descompassado.
Mas a alma que é de certo humana
Que ora acerta, (mas também se engana),
Depois ainda sofre a consequência.
E sobre a escrivaninha debruçado,
Lânguido de amor por triste fado,
Caiu-me a solidão e a sonolência.
(YEHORAM)