T O R P E Z A S

TORPEZAS

veste a farda negra da noite, onde lapida,

os mais torpes sonhos de consumo imediato.

mosca-se dos laivos de luz, bem ao palato,

da ralé, sob o escudo do mal, protegida.

dá-se a invasão do alheio com a arte do gato

que aveluda os passos para não ser ouvido.

no meio em que vive, talvez, seja querido,

jovial e alegre e fingidamente grato.

mas essa torpe escolha de vida vicia

e se engana o ladrão de pequenos produtos

porque, pé empós pé, se empolga nessa porfia.

E uma vez se ache na senda do alheio induto

bem sabe ele a legenda que a lei propicia:

férias forçadas no prisional reduto.

210911 – Afonso Martini

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 12/10/2011
Código do texto: T3273125
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