T O R P E Z A S
TORPEZAS
veste a farda negra da noite, onde lapida,
os mais torpes sonhos de consumo imediato.
mosca-se dos laivos de luz, bem ao palato,
da ralé, sob o escudo do mal, protegida.
dá-se a invasão do alheio com a arte do gato
que aveluda os passos para não ser ouvido.
no meio em que vive, talvez, seja querido,
jovial e alegre e fingidamente grato.
mas essa torpe escolha de vida vicia
e se engana o ladrão de pequenos produtos
porque, pé empós pé, se empolga nessa porfia.
E uma vez se ache na senda do alheio induto
bem sabe ele a legenda que a lei propicia:
férias forçadas no prisional reduto.
210911 – Afonso Martini