Soneto da Lua Minguante

Uma ilusão tão cabisbaixa caminha
nesta minha noite assim, silente e fria...
E lembro de que tudo que dela eu tinha,
não foi nada, mas foi tudo que eu queria.

Que anseio de amor por mim nada continha
seu indiferente coração, isso eu via,
mas, se essa realidade não me convinha,
numa esperança insensata eu me envolvia.

Outrora, sob a lua cheia e ardente
da esperança, se não a via era abrasante
a saudade nela inspirada e premente...

A lua minguou e, perdido da amante
que nunca foi minha, sigo diferente:
Sob lua minguante, a saudade é distante...

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 12/10/2011
Reeditado em 31/10/2011
Código do texto: T3272764
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