Despedida do Amor
Entre coroas a falsidade deslavada
Quatro velas que teimam emanar luz
Repousa no esquife, nas mãos a cruz
Trevas da mentira pobre alma seduz
Tardio funeral emoções desbotadas
Apressa-se a hora rumo a rasa cova
Desprezo semeado no etéreo existir
Recolhe muitos espinhos do padecer
Pás de terra sepultam as lembranças
Necessário desvencilhar do passado
Cerrada a tumba no concreto armado
Cantilena das carpideiras contratadas
Rosários reluzentes sob o entardecer
Nenhuma lágrima, prossegue o viver.
(Ana Stoppa)