-R A S T R O- (Juneto)
Meu mundo louco a meio mastro
Pisando, vago em nau sem lastro
É a dor no peito sem o emplastro
A vagar no universo, como astro
É essa tristeza, que eu me alastro
E vejo, como lápides de alabastro
Sentimentos qu'eu não me castro
Viver dos sonhos que não mostro
Alma de animal qu'eu não adestro
Já neste corpo só sou um monstro
É esta existência, tal meu claustro
Se, preso à cela deste orbe, ilustro
Deste mundo podre eu me frustro
Que quero sumir sem deixar rastro
Valdívio Correia Junior, 10/10/11