UM POBRE PEDE UM PÃO
Odir Milanez
Um pobre pede um pão. Tudo o que sonha
pende da palma pálida da mão
tremente, frente à fome assaz medonha,
mão que se mostra morta à multidão!
Em seu rosto inda um resto de vergonha
vista na vista volteando o chão.
A sua triste voz é tão tristonha
que parece um pedido de perdão!
Um pobre pede um pão. Ainda crê
em fraterna figura que o conforte,
em mão amiga que uma mão lhe dê.
O tempo passa e passa a crença à sorte.
O braço cansa à mão que ninguém vê.
Quem não o vê, em vida imita a morte!
Assassinato d’alma, inviso corte,
sentença talvez vinda de você!
JPessoa/PB
09.10.2011
oklima