LAMENTO
Passo um quarto, uma hora, um dia
Noites e madrugadas sem dormir... Lamento
Pois quem padece tão cruel tormento
Teme a luz, e na sombra se refugia
Vivo só, a sofrer a tirania
Só de males a vida eu sustento
Não me serve senão de alimento
Estes sem fim de dias de agonia
Uma coisa só que assegura
Para acabar assim mágoa tão forte
É descansar no frio da sepultura
Mas, Oh! Tão desumana sorte
Que para chegar o fim da desventura
Primeiro tenho que sofrer o horror da morte