A FENDA DO TEMPO
Momentos soltos, espaços de minha vida, vãos,
Em que me encontro perdido em alheio olhar,
A contemplar o céu em minha frente, imensidão,
Estendo a mão, a surgir teu rosto, eu a sonhar.
Pequenas bobagens, tão importantes para mim,
Uma simples frase, um sentir da brisa, é paixão,
Sem que desista da vida, morrendo, agora assim,
Pulsar coração que chora por ti com toda a razão.
Não me falte, mesmo que nunca baste tua presença,
Dê-me qualquer coisa, pois de ti sempre será imensa,
Qualquer pequena prova. Jeitos, gestos, desse amor.
Não tarde, posto qualquer minuto de morte é sentença,
Dê-me qualquer segundo, do teu tempo uma fenda,
Qualquer pequeno momento, a cura para minha dor.