Espinhos

Sobre as telhas tênues tamborilam

As gotas da chuva que cai lá fora;

No canto do peito a saudade aflora,

E na mente os pensamentos vacilam.

Sob o luar esses pingos cintilam,

Trazendo o ontem ao tempo de agora:

Lembranças que vêm e que vão embora;

No palco da mente elas desfilam.

A luta não é outra, senão

Aquela que se tornou longa espera

Nos cantos sentimentais da paixão.

Seria real, não fosse quimera,

Uma tortura a mais do coração:

Espinhos agudos de primavera.

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Brasília, 06 de outubro de 2011

Maurício Apolinário
Enviado por Maurício Apolinário em 08/10/2011
Código do texto: T3265379
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