Soneto do Amor Maria
Falo desse vício que me dá fome,
Dessa obsessão baseada na carência,
Do amor que me causa dependência,
E da Maria que a cada dia me consome.
Não me negues, na vida, um ósculo
No infinito do prazer descomunal.
Faças de mim teu instrumento vital,
Vejas em Luca a face de um apóstolo.
Te amo, e sei que aí não erro.
Mas, talvez, peque de modo imaturo
Ao falar menos que o som do berro:
Que me prega a visão do inseguro
E me assombra sempre que os olhos cerro.
Mas, te amo, Maria. E por isso juro.