Oh, Lua !
Em ouro apareces, és plena, és inteirinha...
Em prata, fingindo-se tímida... és metade...
Vagueias no espaço, pomposa, e qual rainha,
Fascinas à quantos, tu, tenhas vontade !
E, extasiado, te fito assim pasmado...
Arrebatado no deleite, em puro enlêvo !
Na comtemplação, absorto, hipnotizado...
Quant’emoção ! Silêncio... Já não versejo !
Entro em teus quartos, largos ou minguantes
E em teu esplendor, meus olhos tão radiantes,
Banham-se em luz, à vagar contigo na rua...
Ora brincas, t’escondes… ora vens, o céu,s’incendeia !
Rasgando cortinas... imponente, descobre-te... tão cheia !
Embevecido eu sonho! Sempre m’encantas... Oh, lua !