"HOMENAGEM... PARA QUEM?"

Não dá para entender, quanto mais se aceitar

As inversões de valores que na Terra se veem encontrados

Das impunições aos descasos, nada que se pode duvidar

Tamanha a clareza dos fatos, precisos motivos alegados.

“Enquanto há vida, há esperança” – a que isto se fundamenta

Conquanto a morte esteja sempre sendo a mais provável.

Talvez seja mais um paliativo, embora tal forma não apresenta,

Contudo uma certeza de que na vida nada se é irrecuperável.

Pior das certezas fica por conta das homenagens de gratidão

Quando se as fazem póstumas, a partir do corpo no caixão,

Mesmo cientes de que o espírito é desprovido de ressentimento.

Mas, como dizem: ”... o que vale é que alguém foi lembrado...”,

Como na missa de corpo presente, ou na bênção ao corpo parado.

Tudo faz parte de uma homenagem sem qualquer convencimento.

Profaro
Enviado por Profaro em 07/10/2011
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