"NATURALMENTE"
O destino me tirou para dançar.
Ele tornou-me um embrião promissor,
Gerado com muito carinho e amor
Fecundado após ato solene no altar.
O destino me tirou para dançar.
Escolhido que fui, entreguei-me ao cortejador,
Até meu futuro autorizei-lhe dispor
Para idealizá-lo mesmo sem planejar.
O destino me tirou para dançar.
E como nem mesmo me permitiu pensar
A ele responsabilizei pelos obstáculos a transpor.
E assim eu segui até hoje a penar
Desilusões e tristezas com pitadas de humor,
Pois a ele também competia atenuar-me a dor.
(ARO. 1994)