O Osteodermo
Há uma desordem no meu peito. Sei que há
Locais que eu jamais vi: há locais ermos...
Há fossas que abrigam -- em outros termos,
Que sepultam -- quem um dia andou por lá.
Há, pois, uma gruta no vazio -- má
Formação das mazelas: osteodermos
Que protegem os meus pedaços enfermos
Dos fascínios que a vida externa dá.
No meu peito, há brinquedos de um menino
Que percorre o seu mundo em desatino,
Mas se esquece da verdade que o enxágua:
Contemplando as memórias do seu peito,
Está condenado a contorcer-se ao leito
Sendo a vida que se oculta em sua mágoa.