XX XXV
Está frio lá fora, minha amada...
Não partas hoje, espera até amanhã,
Aguarda o Sol molhar a tua estrada
Para que vás sem mágoas, co'a alma sã.
A noite vem chegando, carregada
Pela fadiga de alguma obra vã,
Pedir que fiques não adianta nada,
Então peço que vás, mas de manhã...
Repara como o tempo está gelado,
Não queres, certamente, um resfriado,
Melhor é descansar, não ir agora...
Teu sono velarei, com mais carinho,
Rezarei pela paz no teu caminho
Que, seco e torto, levará-te embora.