Quando me estendeste a mão

Onde eu naufrago o meu pobre existir

só há ranger de dentes, noite fria,

escuro céu, não se vislumbra o dia.

Onde eu me afogo, o pranto é o elixir

dos sofredores que não têm razão

para viver, que em nada mais se fiam.

Onde eu estou, irmãos se digladiam.

Onde eu me escondo há só escuridão.

Mas, quando me estendeste a mão amiga

e me mostraste a vida como é linda

em mundo diferente, eu pude, enfim,

recuperar minha feição antiga,

e pude descobrir que existe ainda

o ser sentimental que habita em mim.