SONETO DA OMISSÃO

Chegar e sair ter o mesmo sabor.

Esse sentimento, não vale um poema,

Não tem, nem lamento, nem dó, e nem pena.

Ou qualquer “nuance” que seja de amor.

Pena não valer, sequer uma saudade.

Não ter diferença entre o longe, e o perto.

Tudo é o vislumbrar, de um imenso deserto.

Como o sol do inverno, se pondo na tarde.

Com este espaço, longo a percorrer,

Distância irreal, que nos faz desistir.

Espessa lembrança para absorver.

Mentira discreta, ou será omissão?

Que afoga a esperança quando vai florir.

Pondo a primavera fora de estação.

Cler Ruwer

Cler Ruwer
Enviado por Cler Ruwer em 05/10/2011
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