SONETO DA OMISSÃO
Chegar e sair ter o mesmo sabor.
Esse sentimento, não vale um poema,
Não tem, nem lamento, nem dó, e nem pena.
Ou qualquer “nuance” que seja de amor.
Pena não valer, sequer uma saudade.
Não ter diferença entre o longe, e o perto.
Tudo é o vislumbrar, de um imenso deserto.
Como o sol do inverno, se pondo na tarde.
Com este espaço, longo a percorrer,
Distância irreal, que nos faz desistir.
Espessa lembrança para absorver.
Mentira discreta, ou será omissão?
Que afoga a esperança quando vai florir.
Pondo a primavera fora de estação.
Cler Ruwer