"ENTREGUE ÀS MOSCAS"
Não compensa mais perpetuar a mente
Fazendo-a registrar nas linhas do grafite;
Não anima nada querer deixar uma semente
Aos que ainda fazem parte da insólita elite.
Não há mais tanto prazer de se criar poemas,
Tê-los nos sussurros despertados da emoção;
Não conforta mais se saber ser um problema
Concretizar o pensamento da doce criação.
Não existe mais razão a se atrever
Tornar público um momento emotivo
Traduzindo ideias, alimentando culturas.
É triste... Mas que se há de fazer
Se não se pode frear um ser humano ativo
De se fartar em criar seus versos com doçura?!...
(ARO. 1997)