"ALGO ESTRANHO NO AR"

“Há algo estranho no ar” – percebo a frieza castanha

Dos teus olhos que me evitam como pessoa estranha

Ao teu mundo fechado à minha presença inglória

Pela luta ao teu amor fraterno, irmão na História.

“Há algo estranho no ar” – concebo nas palavras silenciosas

Dos teus atos que me agridem fazendo-me pessoa odiosa

Ao teu ciclo selecionado que não me compete ser parte

Por culpa de um destino que fez de mim seu descarte.

“Há algo estranho no ar” – ventilado por uma densa neblina

Que me afasta e me torna um ponto apagado, sem valor,

Enlutando-me o coração dividido entre a sorte e a sina.

“Há algo estranho no ar” – já que tu me entranhas esta negra cor

Ao me tratares como corpo estranho, levando-me à ruína

Espiritual, por ter-te negado a mão à hora de tua dor.

(ARO. 1997)

Profaro
Enviado por Profaro em 05/10/2011
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